Macieira Encantada
Era uma vez um reino pobre, situado perto de uma grande montanha de difícil acesso. No alto dessa montanha havia uma Macieira Encantada, que produzia maçãs de ouro. O Rei do lugar resolveu oferecer um grande prêmio àquele que se que conseguisse trazer as maçãs, pois assim o reino estaria a salvo da pobreza. Apareceram três valorosos e corajosos cavaleiros dispostos a essa aventura tão difícil. Eles deveriam seguir separados e, por coincidência, havia três caminhos: 1º – rápido e fácil, onde não havia nenhum obstáculo e nenhuma dificuldade; 2º – rápido e não tão fácil quanto o primeiro, pois havia algumas situações a serem enfrentadas; 3º – longo e difícil, cheio de situações trabalhosas. Foi efetuado um sorteio. O primeiro sorteado escolheu, o Primeiro caminho. O segundo sorteado escolheu o Segundo caminho. O terceiro sorteado, sem opção, aceitou o Terceiro caminho.
O Primeiro, com muita facilidade, chegou rapidamente até a montanha e logo viu a macieira. O que ele não esperava, porém, é que ela fosse tão inatingível. As maçãs estavam em galhos muito altos. Não havia como subir. Ele não possuía nenhum meio de chegar até lá em cima. Acabou desistindo e retornou para o povoado. O Segundo enfrentou galhardamente a primeira situação com a qual se deparou, porém logo em seguida apareceu outra, e logo depois mais uma e mais outra. Como andava muito rápido, acabou ficando cansado e voltou para a aldeia. O Terceiro teve seu primeiro teste quando acabou sua água e ele chegou a um poço. Quando puxou o balde, arrebentou a corda e ele então, com suas ferramentas e alguns galhos, improvisou uma escada para descer até o poço e retirar a água para saciar sua sede. Resolveu levar a escada consigo e também a corda remendada. Percebeu que estava começando a gostar muito dessa aventura. Depois de descansar, seguiu viagem e precisou atravessar um rio com uma correnteza fortíssima. Construiu, então, uma pequena jangada e com uma vara de bambu como apoio, conseguiu chegar do outro lado do rio, protegendo assim sua mochila, seus agasalhos e todo o material que levava consigo para o momento que precisasse deles, incluindo a jangada. Num outro ponto do caminho ele teve de cortar o mato denso e passar por cima de grossos troncos. Com esses troncos ele fez rodas para facilitar o transporte do seu material, usando também a corda para puxar. E assim, sucessivamente, a cada nova situação que surgia, como ele não tinha pressa, calmamente, fazendo uso de tudo o que estava aprendendo nessa viagem e do material que, prudentemente guardara, resolvia facilmente a questão.
A viagem foi longa mas um dia chegou o momento esperado, quando ele se defrontou com a Macieira Encantada. Ele se pôs a trabalhar fazendo uso de todos os seus recursos. Transformou a jangada numa grande cesta, para guardar as maçãs, subiu na árvore, pela escada, usou o bambu para empurrar as maçãs mais altas e mais distantes. Depois de encher a cesta com as maçãs, e com a certeza de que poderia voltar ali quando quisesse por ser a Macieira pródiga, agradeceu a Deus por ter chegado, por ter conseguido concluir seu objetivo. Agradeceu principalmente a si mesmo pela coragem e persistência na utilização de todos os seus recursos, como inteligência e criatividade. Voltou pelo caminho mais fácil, levando consigo os frutos de seu trabalho e de seus esforços, frutos esses colhidos com muita competência e merecimento.
Descobriu, entre outras coisas que tudo que apareceu em seu caminho foi útil e importante para sua vitória. Cada uma das situações que resolveu, foi de grande aprendizado, não só para aquele momento, mas também para vários outros na sua vida futura. Descobriu que o trabalho feito com prazer aumenta as chances de sucesso e que quando o objetivo vale a pena, não há nada que o faça desistir no meio do caminho.